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C13 - Trapped



O barulho da porta abrir do quarto de Toyo fez-me acordar, lentamente. Ainda tive uns bons minutos dentro da cama todo encolhido, até que por fim levantei-me de vez, passei o rosto por água para acordar. Na cozinha Toyo vestia o avental “bleach” dele e cantarolava a mediada que cozinhava.

            - Bom dia Toyo.

            - Oh!!! Bom dia Taro. 

Sentei-me há mesa a observar Toyo a cozinhar.

            - Hoje vais falar com Seiji? – Olhando para mim.

            - Sim, vou.

Toyo sorriu-se.

            - Toma espero que esteja do teu gosto. – Pondo-me o prato á minha frente. 

Foi claro que senti uma grande diferença no paladar da comida, mas come-se os cozinhados dele.

            - Taro vou ter de sair um pouco mais cedo para o trabalho, já que vou ser eu abrir a oficina.

            - Então também saio contigo á umas coisas que tenho de fazer antes de ir para casa. 

            - Ok por mim é indiferente. 

Nós dois preparamos para sair, acompanhei-o até á oficina. Agora que tinha tempo foi ver as lojas de bijutaria com mais calma. Havia de tudo, existia vários tipos de anéis, uns mais circulares ou mais quadráticos com brilhantes ou sem brilhantes, na secção dos colares existia mais variedade, uns tinham cruz metálicas de vários tamanhos, outros com formas de animais, bem como com iniciais de nomes. Nas secção das pulseiras encontrei a pulseira de Toyo havia de vários tons eu escolhi de cor azul.

Uma já está, agora falta-me só a mais complicada.

Tive um bom bocado haver as varias secções mas nada parecia chamar-me a atenção. Até que na secção dos brincos vi um par que sobre saltou-me o olhar. Tinham cor prateada de tamanho médio e com as inicias JPHR. Perguntei á senhora do balcão o que queria dizer as inicias, está disse que significava Just Pure Happiness & Romance”Também disse-me que a peça era da designer Yukiko Natsume, alegou-me que muita gente vinha á procura das peças dela. Vi o preço dos brincos estavam dentro da minha posse, por isso pedi-lhe que os embrulhassem.

Cá fora estava satisfeito por ter conseguido arranjar um presente para Seiji, agora só espero que goste. O caminho para casa da minha mãe fiz com passos lentos, diante da porta de entrada fiquei uns segundos á espera, após alguns tempo arranjei coragem e toquei, a porta abriu-se com alguma lentidão até que vi o rosto de Seiji.

            - Taro... 

            - Seiji...

            - Entra. – Dando-me passagem.

Posei as minhas coisas em cima, do sofá. Não sabia por onde começar.

            - Eu dormi em casa de Toyo. – Sentando-me no sofá.

            - Já calculava, que tivesses ido por isso não me preocupei.

            - Seiji em relação a ontem eu.... – Apertando as minhas mãos com algum receio.

            - Taro, eu não quero pressionar-te de algum modo, por isso eleva o teu tempo. – Pondo a mão no meu ombro.

             - Ok, mas.... 

            - Taro mesmo se no final não for respondido continuaremos amigos, não é?

            - Sim tens razão.

Fui para o meu quarto levando os presentes comigo poisando-os na secretaria  encostei-me na cama a pensar, no que  Seiji dissera ontem acerca de ter sentimentos por mim, para dizer a verdade desde de que ele veio morar comigo, a minha vida monótona mudou radicalmente. Na minha cabeça ainda ouvia Seiji a confessar-se a mim. Pôs a almofada por cima de mim sem saber ainda o que fazer.

Entretanto Seiji bate á porta do meu quarto.

            - Sim entra. – Ainda com a almofada no rosto.

            - Taro?! – Pela sua voz surpreendeu-se.

Nesse  momento retiro a almofada do meu rosto, vi que ele olhava-me com os olhos semicerrados com olhar profundo, o meu coração começou acelerar outra vez. Para não o encarar levantei-me da cama ficando de costas para ele.

            - Precisas de alguma coisa? – Disse.

            - Não, apenas lembrei-me de ainda não comprei a lembrança para Aiko, por isso vou sair por alguns minutos. Vou levar as chaves.

            - Ok. – Ainda de costas para ele.

A porta fechou-se, sentei-me há beira da cama a pensar no Toyo dissera-me, de que eu tinha sentimentos por Seiji. Como poderia eu ter a certeza de tais sentimentos...esfregando a cabeça. Ouvi a porta da entrada a fechar-se. Mesmo que não responde-se aos sentimentos de Seiji, não sei se o olharia da mesma maneira.

            - Maldição. – Com as mãos na cabeça. – Porque será que isto tem de ser assim tão difícil?

O silencio que banhava a casa era muito mais estranho agora. Entretanto o telefone de casa toca.

            - Quem será? – Levantando-me em direcção ao telefone. – Sim, residência Yamato.
 
            - Bom dia, será possível falar com senhor Taro Yamato? – Diz uma voz feminina.

            - É o próprio.

            - Senhor Yamato fala do hospital.

Do hospital? Será que aconteceu alguma coisa há minha mãe?   

            - Aconteceu algo? – Preocupado.

            - Sim infelizmente, se pode-se vir o mais rápido possível, agradecia.

Após desligar a chamada, deixei um bilhete a Seiji a dizer que tive de sair com urgência. Pelo caminho corria o mais rápido possível lembrei-me que não trazia o telemóvel comigo. Perguntei-me a mim próprio o que terá acontecido se calhar a minha mãe teve uma recaída. Só entrada do hospital, é que lembrei-me de Yuzo-senpai, ainda recuei, mas a imagem da minha mãe foi o que fez-me avançar para a frente.

Na recepção perguntei pela minha mãe, a enfermeira que tinha falado comigo ao telefone disse-me que teria de falar com Yuzo-senpai, acerca do estado dela, reteve-me por uns momentos, mas a imagem da minha mãe fez-me avançar outra vez. Pelo caminho perguntei á enfermeira se sabia alguma coisa acerca do estado da minha mãe, esta respondeu-me que Yuzo-senpai era o único que poderia dar-me essa informação. Denunciou a minha presença quando chegamos ao seu consultório, esta abre-me a porta, na secretaria Yuzo-senpai aparentava estar a preencher papelada.

            - Entra Taro-kun. – Continuando a escrever.

A enfermaria fecha a porta por detrás de mim. Nesse momento o pavor começou apoderar-se de mim.

            - Afinal, o que se passa com a minha mãe? – Num tom alto.

Este levanta-se, com olhar malicioso, reconheci logo que ele não tinha mudado nada, pois aquele olhar era o mesmo de quando ele contou-me que todo não passava de uma aposta, mas mantive-me firme para que não aperceber-se de que estava apavorado. 

            - Bem... – Levantando-se da cadeira aproximando-se de mim. – Ela está estável agora. – Aproximando-se cada vez mais de mim. Nesse momento desvio-me dele afastando-me para longe, indo encontra um carrinho de primeiros socorros tombando-o para chão.  Vi Yuzo-senpai a trancar a porta do consultório.

            - O que estás a fazer?! – Entrando em pânico.

            - Como não mudas-te nada, Taro-kun. – Retirando os óculos do rosto, bem como a gravata do pescoço. – Desde que foste para Tokio, tive saudades tuas. – Olhando-me. 

O que está ele a dizer? Teve saudades minhas?

            - Quando vi-te com aquele homem, fiquei com alguns ciúmes.

O que se está a passar-se aqui?

            - Tu és meu Taro. – Olhando-me serio, aproximando-se outra vez de mim.

Tenho de sair daqui o mais rápido.

Cada passo que Yuzo-senpai dava eu afastava-me ainda mais. O pavor apoderava-se cada vez mais de mim. Num acto de desespero corri até á porta de entrada para tentar abri-la, mas em vão. Quando apercebi-me Yuzo-senpai encontrava-se estava atrás de mim, voltei-me para ele, este tinha-me encurralado entre os braços dele. O pavor tinha-se apoderado de mim por completo. Yuzo-senpai passa a mão dele pelo meu rosto.

            - Ainda continuas, com uma pele suave. – Num tom baixo.  

Como a voz dele faziam náuseas.

            - Não me toque. – Enxotando a sua mão com brusquidão olhando-o irado.
 
Naquele momento olho para lado direito com os olhos semicerrados, a imagem de Seiji vinha-me sempre á cabeça.

            - Seiji... – Em murmuro.

Nesse instante Yuzo-senpai tem um ataque de fúria, agarra-me com violência levando-me para cima da maca que lá havia, amarrou-me as duas mãos com a gravata dele ficando por cima de mim.

            - Senpai pára!!! – Implorando.

Passou mão por baixo da minha roupa, beijando-me o rosto bem como o pescoço. Como sentia nojo dele.

            - Irei fazer-te esquecer aquele tipo. – Determinado com mais malícia no seu olhar. – E serás outra vez meu.

O pavor agora apoderou-se do meu olhar, eu tentava libertar-me, mas em vão, vi Yuzo-senpai retira da bata uma seringa.

            - Não te preocupes isto é só para acalmar-te. – Olhando para ela.

Este prende-me o braço introduzindo o conteúdo da seringa no meu corpo. Não foi preciso muito tempo para começar a fazer efeito, o meu corpo começou a relaxar de tal maneira que não obedecia os meus movimentos, comecei a ter calor e a ficar corado no rosto. 

            - O que fizeste? – Disse um pouco ofegante.
 
            - Nada de mais. – Aproximando-se de meu rosto, acariciando-o. Este dá-me um beijo prolongado envolvendo a língua dele com a minha, tentei afastar-me, mas o meu corpo não obedecia. Dos meus lábios passou para o meu pescoço, depois dele passou para o meu tronco levantando-me a t-shirt, chupando-me os meus mamilos com gentileza. Por mais que não quisesse dava pequenos gemidos de prazer.

            - Não mudas-te mesmo nada. – Continuando acariciar-me os mamilos com a língua.

            - Pára!!!! – Resistindo.

            - Tu pertences-me Taro. – Acariciando-me as nádegas, desabotoando-me as calças para poder tocar no pénis por cima dos boxeres.

Tentava resistir mas era cada vez mais difícil.

            - Taro, diz-me o meu nome. – Sussurrando ao meu ouvido, continuando acariciar o meu pénis agora com a mão por dentro dos boxeres. 

Nesse momento os meus olhos começaram a ficar húmidos, o rosto de Seiji aprecia com mais frequência.

            - Estás a gostar, Taro-kun? –  Acariciando com mais profundidade o meu pénis com a mão.  
 
            - Pá... Pára.... – Resistindo.

            - Ainda resistes. – Rindo-se.

Nesse momento vi a boca de Yuzo-senpai a envolver-me o pénis, repetia sucessivamente os movimentos para cima e para baixo. Nesses instantes soltava pequenos gemidos repetidamente, por diversas vezes continha-me, mas Yuzo-senpai insistia ainda mais.

            - Pára... -  Não aguentado mais.

No final acabei por ejectar na boca de Yuzo-senpai. Este apenas limpava a boca com um pequeno sorriso. Eu apenas queria sair dali o mais rapido. Os meus olhos ficaram outra vez húmidos.

            - Não te preocupes Taro isto acabara muito em breve. – Acabado por despir-me as calças e boxeres. 

Nesse momento chamei pelo nome de Seiji com toda a minha voz o mais alto possível. Sem hesitar Yuzo-senpai dá-me uma chapada de tal modo violenta que abre-me o lábio inferior. Cá fora começo a ouvir passos de pessoas a aproximarem-se do consultório, alguém por fora começa a forçava a entrada, com varias pancadas violentas até que por fim a porta acabou por ceder, de lá entra Seiji e Toyo acompanhados com alguns agentes da policia.

            - Seiji... – Disse.

Ao ver-me como estava partiu logo em direcção a Yuzo-senpai investindo-lhe com um primeiro soco, tombando-o para o chão, põe-se em cima dele investindo-o sucessivamente vários socos no rosto até mão dele ficar ensanguentada. Pouco ou nada Yuzo-senpai pode fazer para se defender.

Foi Toyo quem o impedi-o de o matar com a raiva que tinha. Seiji aproxima-se de mim soltando-me as mãos, abraçando-me com força.

            - Agora estás em segurança, eu estou aqui. – Sussurrando-me ao ouvido.

Eu apenas abracei-o aliviado por estar nos braços dele. Vi a policia aprender Yuzo-senpai e Toyo a falar com um deles, este olha-me com pequeno sorriso. Seiji tapou-me com os lençóis que lá havia arrumados, notou que estava muito mole.

            - Taro!!! – Olhando para mim agarrando-me o rosto. – O que foi que ele te deu?

Toyo começa a vasculhar os objectos em cima da secretaria até que encontra um pequeno frasco, ao lê-lo o seu rosto fica um pouco pesado e preocupado.

            - Acho que ele o drogou-o Seiji. – Diz a Seiji.

            - Maldito. – Com o punho fechado. 

            - Vou chamar alguém para vê-lo. – Indo-se embora.

            - Espera Toyo!!!– Disse um pouco ofegante. – A ... minha.... mãe.... como.... está ....ela...? – Tentando-me levantar, se não fosse Seiji a agarrar-me tirei caído.

            - Não te preocupes com ela, está de prefeita saúde. – Sorrindo-se para mim.

Como fiquei aliviado, pela sua resposta  Sentei-me outra vez na maca, bem como Seiji ao meu lado, apenas encostei a minha cabeça ao seu ombro. Seiji pega-me nas mãos e dá-me um beijo na testa. Como a sua presença transmite-me segurança e conforto. 

Reparei na mão ensanguentada.

             - Não te dói?  

            - Nem por isso. – Olhando-a sem muito interesse.

De seguida oiço passos rápidos aproximarem-se do consultório.

            - É aqui – Diz Toyo.

Na sala entrou um médico e uma enfermeira com uma cadeiras de rodas. O médico examinou-me, confirmou que estava drogado, pois as minhas pupilas estavam dilatadas, Seiji ajudou-me a sentar na cadeira de rodas. Pelo caminho acabei por adormecer. Ao acordar Seiji segurava-me na mão adormecido ao meu lado, ao pé da janela Toyo olhava-a lá para fora.

            - Toyo?!

Este olha-me aproximando-se de mim.

            - Fico contente por estares bem.

Olhei Seiji, fez-me lembrar de quando estava doente. Reparei que a mão direita dele estava envolta com ligadura.

            - Ele ficou super preocupado contigo. – Olhando-o. – Quando viu o bilhete que deixas-te veio ter comigo a perguntar se tinhas estado comigo. – Com as mãos nos bolsos. – Eu respondi-lhe que não, mas foi num abrir de fechar olhos que deduzi logo que talvez viesses para aqui, por causa da tua mãe. Devias ter visto a cara dele quando pós essa hipótese. Veio a correr logo para aqui.

Eu apenas poisei o meu olhar semicerrado em Seiji durante algum tempo, sentiu-o acordar.

            - Eu já venho Taro. – Diz Toyo saindo do quarto.

            - Taro. – Acariciando-me o rosto com a mão ligada.

            - Desculpa-me ter-te preocupado. – Um pouco envergonhado.

Seiji levantou-se dando-me um abraço.

            - Agora estás bem, isso é o mais importante, não? - Passando levemente os lábios no meu pescoço.

Na entrada do meu quarto vi a minha mãe em cadeira de rodas acompanhada por Toyo.

            - Mãe!!!

            - Meu filho!!! Estás bem? O que aconteceu? – Preocupada.

            - Eu tentei dar a volta ao assunto, mas assim que entrei no quarto da tua mãe, já estava a perguntar por ti. – Diz Toyo.

            - Não faz mal. – Disse.

Seiji e Toyo deixaram-me a sós com a minha mãe contei-lhe todo, o que se tinha passado entre mim e Yuzo-senpai na secundaria, é claro que ela ficou muito surpreendida e espantada ao mesmo tempo, mas sempre compreensiva, contei-lhe que Seiji foi quem salvou-me de ser estrupado por Yuzo-senpai. A única coisa que fez foi chama-lo agradecendo-o profundamente, esta regressa ao quarto com Toyo.

            - Amanhã já terás alta. – Diz Seiji sentando-se ao meu lado. – Eu e Toyo encontra-mos o medico no corredor e perguntamo-lhe.

            - Hum .... – Olhando para as minhas mãos.

            - Taro?

            - O que aconteceu a Yuzo-senpai?

Vi a ira nos olhos de Seiji.

            - Teve o que mereceu, foi preso Toyo contou-me que ele fazia isto tambem no tempo da secundaria, nunca tinha sido preso porque as vitimas tinham receio dele. – Com sobrolho franzido.- Seu pai ficou muito desiludido e por isso despedi-o do hospital.  Mas sabes com aquela cara toda de formada quem vai o querer contratar. – Dizendo com a maior naturalidade.

Comecei me a rir.

            - Agora ele pensara duas vezes antes de falar contigo. – Esfregando-me o cabelo gentilmente.

            - Pára com isso estás a despentear-me. – Sorrindo-me.

Este também sorriu-se.

            - Seiji temos de ir a hora das visitas acabou. – Diz Toyo entrando no meu quarto aproximando-se.

            - Ok – Levantando-se.

            - Até amanhã rapaz. – Diz Toyo dando-me uma palma no ombro.

- Vemo-mos amanhã Taro. – Dando-me um leve beijo nos lábios.

Os dois saíram, ainda conseguia ouvir os passos deles a afastarem-se do quatro. Por vezes olhava para a minha mão a onde Seiji agarrara-me, no ar sentia o cheiro dele a pairar bem como nas minhas roupas, como era agradável, bem quando passava os meus dedos pelos lábios aquele sentimento que fazia acelerar o meu coração era cada vez maior.

Por causa deste incidente fez-me esclarecer aquilo que queria confirmar os meus sentimentos por Seiji.

Vi o calendário que estava na parede ao lado da minha cama e espantei-me porque amanhã já era dia de natal. Mas de qualquer forma a amanhã sem falta direi-lhe uma resposta concreta acerca dos meus sentimentos por ele.

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