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C05 - Aliados

Satshiko (Pov)
Quando acordei o meu irmão mais velho andava de um lado para outro nervoso.
– Irmão tem calma, vais ver que tudo vai correr bem.
– Eu sei que sim mas, já sabes como é.
Na cozinha os meus irmãos tomavam pequeno almoço conversando entre si.
– Bom dia, pequenos. – Disse eles.
– Bom dia irmã. – Mio sorridente.
– Bom dia. – Yoru continuando a comer.
– Já viste irmã ter Sonjo como teu sensei de matemática, devia ser fixe. – Mio imaginando.
– Pois não sei, talvez. – Disse tomando o meu copo de leite.
– Então já comeram? – Sonjo há porta da cozinha.
– Sim. – Em coro Mio e Yoru.
Como sempre eu fui com Takeda para escola e durante o caminho contei-lhe que meu irmão iria entrar hoje ao serviço como sensei de matemática, ele também fez a mesma observação que Mio em relação a Sonjo, ser o nosso sensei de matemática.
Há entrada da escola encontrava-se Yui envolvida nos braços de Todo pela parte de trás das costas dela. Os dois falavam com Aoyagi e mais duas amigas.
– Bom dia pessoal.
– Bom dia Satshiko e Takeda. – Yui, Todo e Aoyagi em coro.
Entretanto dá o toque de entrada.
– É melhor irmos, já sabem como é aquele sensei de inglês. – Diz Aoyagi a Yui e Todo.
– Tens razão.
– E vocês o que vão ter? – Pergunta Yui.
– Literatura e depois matemática.
– Boa para dormir. Boa sorte para aula.
– Obrigada.
Yui agora agarra o braço de Todo depois ter desabraçado e posto as mãos dentro dos bolsos, fico feliz por eles os dois estarem a dar-se bem.
– Vamos? – Diz Takeda.
– Tem de ser, verdade.
– Sim.
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Sonjo (Pov)
Depois de ter levado os meus irmãos mais novos para escola, fui direito para escola de Satshiko ao que parece todos alunos estavam nas aulas o silencio no recreio era audível. Eu já tive uma vez nesta escola quando fui falar com senhor Honda alias foi um contino que levou-me e para meu azar ele não estava disponível agora.
– Bem tenho, descobrir por mim mesmo a sala de professores. – Um pouco desanimado.
É claro que perdi-me há força toda, as portas de salas que estavam fechadas eram na verdade arrecadações.
– Ora bolas, não deve estar assim tão longe, acho eu.
Agora caminhava por outro corredor, neste piso existia mais casa de banhos para ambos os sexos, mas para minha sorte existia uma enfermaria talvez alguém de lá pudesse ajudar-me.
– Desculpe... – Batendo há porta.
– Entra. – Uma voz feminina.
– Será que podia ajudar-me.
A mulher que voltou-se para mim era muito atraente, já para não falar da roupa provocante que tinha vestido era muito sensual.
– Posso ajudar-te?
– Talvez, mas não por estar doente mas sim por estar perdido. – Com a cabeça na mão.
– Ai sim?
– Por acaso não sabe a onde fica a sala de professores? – Esfregando a cabeça. – É que é o meu primeiro dia e ainda não conheço bem a escola.
– Estou haver. – Levantando-se da cadeira com sorriso nos lábios. – Já agora eu a Kumiko e podes tratar-me por tu. Deixa as formalidades para quem quiser.
Cada passo que ela dava era cuidadoso e sensual.
– Hum...ok eu sou o Sonjo.
– Muito Sonjo, segue-me eu levo-te até á sala dos professores.
– Obrigada.
– Então como viste aqui parar? – Kumiko a sair da enfermaria.
– Eu estou aqui por causa da minha irmã Satshiko.
– Sim sei quem é, a líder da escola. Não sabia que tinha um irmão mais velho tudo giro. – Namoriscando um pouco comigo.
– Se assim fosse não estaria solteiro até hoje.
– Mas isso pode arranjar-se.
– Acho que isso não é uma boa ideia, alias não tenho muito tempo para uma relação porque para além da Satshiko tenho mais dois irmãos novos para cuidar. – Explicando-lhe.
– Compreendo, mas os teus pais não deviam tomar conta deles? Não é responsabilidade deles? Tu também tens a tua vida, não?
– È verdade, mas eles morreram num acidente de carro. E ai tive de assumir o papel deles. – Olhando para ela.
– Eu não sabia, desculpa-me. – Muito surpreendida.
– Não tem mal. Mais cedo ou mais tarde irias ficar a saber, verdade? – Com sorriso para ela. – È verdade que tive desistir de alguns sonhos meus por causa dos meus irmãos, mas a vida é mesmo assim gosta de pregar partidas de vez em quando.
– Como conseguiste ultrapassar a morte dos teus pais?
– Todos os dias trabalho para isso. Desde que eles estejam bem para mim é suficiente para também estar bem.
– Incrível. Se fosse eu não sei bem o que ia fazer.
– Quando se gosta realmente de alguém faz-se o impossível para vê-la feliz.
– Isso não bem assim. – Um pouco agressiva franzindo o sobrolho.
Via um pouco tensa por causa da maneira como fechou o punho.
– Todos dizem isso mas quando chega o momento da verdade ai que se vê realmente quem faz o quê.
De certeza que ela deve estar a falar de algum acontecimento que aconteceu com ela no passado, porque no meu entender não deve ser dos meus irmãos.
– E tu Kumiko porque vieste para aqui? – Tentando suavizar o ambiente.
– Bem eu...queria trabalhar num sitio onde não houve-se muita agitação. E olha decidi vir para uma escola secundaria é claro que há dias mais movimentados que outros na enfermaria, mas gosto do ambiente.
– Estou haver.
– E aqui acaba a nosso caminhada. – Diante da porta da sala dos professores. – Um conselho tenta ser o mais organizado, senão o velhadas careca andará sempre em cima de ti.
– Ok, obrigada pelo conselho.
– Então agente vê-se por ai, Sonjo. – Com as mãos dentro da bata.
Achei-a simpática, mas algo nela intriga-me, não é aparência dela que deixa qualquer homem aos seus pés, mas sim a personalidade.
– Aqui vai. – Respirando fundo. – Bons dias. – Abrindo a porta.
O responsável dos professores veio ter comigo, mal que me viu. Era um velho careca, deduzi logo que ele era quem Kumimo falava.
– Deve ser o novo professor de matemática, presumo eu. – Um pouco desconfiado.
– Sim sou eu, Sonjo Nowaga. – Com uma pequena vénia a ele.
– Muito bem, siga-me. – Num tom serio.
– Sim.
– Aqui é sua secretaria de trabalho. – Amostrando-me. – Já agora eu sou Ango Mandoka. Deixo aqui você a preparar a aula. Só mais uma coisa. – Olhando-me serio com cara de poucos amigos. – A cima de tudo seja organizado.
– Sim Mandoka-san. – Engolido em seco.
– Muito bem. – Afastando-se de mim.
Sentei na secretaria concentrado a prepara a aula que ia dar no segundo tempo.
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Satshiko (Pov)
O toque para saída salvou-nos da aula secante de literatura, muitos dos meus colegas saíram da sala meio ensonados.
– Mas que aula tão secante!!! – Diz Takeda espreguiçando-se cá fora nos corredores.
– Nisso dou-te razão. Mas só metade dá aula foi seca.
– Metade?! – Surpreendido. – Olha para mim foi a aula toda, nem sabes a dificuldade que tive para manter-me acordado. – Com uma careta.
Ri-me um pouco da careta dele, fomos para o recreio sentamo-nos num dos bancos por baixo de uma cerejeira já com as pétalas a desabrocharem, também vi Kanji e seus amigos no recreio, ele olhou para mim discretamente durante alguns segundos.
– Ainda estou a pensar na reacção que Kanji teve contigo, ele normalmente, pelo o que ouvi não costuma ser assim tão manso. – Takeda observando-o. – Talvez por seres uma rapariga.
– Pois não sei, mas eu também devia ter visto o lado deles. – Olhando para chão. – Não me admirava se tivesse levado uma surra dele.
– Não sei se ele tinha muita hipóteses contigo. Se calhar eras tu a dar-lhe uma surra.
– Pois não sei. – Sorrindo-me para Takeda.
Entretanto o toque para entrada dá sinal.
– Agora é vez dos números aparecerem. – Takeda levantando-se sem grande vontade.
Na sala de aula muitos dos colegas ainda falavam uns com os outros, pouco tempo depois a porta da sala abre-se e de lá o sensei entra na sala.
– Ei Satshiko aquele não é o teu irmão? – Takeda voltando-se para trás surpreendido.
A principio não acreditei muito nas palavras dele, mas depois reconheci a roupa que trazia.
– Sonjo? È mesmo ele. – Com sorriso nos lábios.
Ele começa fazer a chamada e quando chegou ao meu nome ele dá-me um sorriso, nunca pensei que isto fosse acontecer. A aula nada foi aborrecida, aliás despertava bastante a atenção. Sonjo tinha gosto no que fazia e por isso o tempo voou rapidamente até dar o toque de saída, a turma toda ficou surpreendida.
– Bem parece que é tudo por hoje. Não se esquecem de fez os T.P.C’s que mandei. – Sonjo arrumando os livros. – Só mais uma coisa se alguém tiver duvidas sobre a matéria ou em algum exerciso vinham falar comigo sem problemas.
Dito isto quase todas as raparigas da turma o rodearam-no com perguntas que nada tinham haver com matemáticas.
Na hora de almoço eu e Takeda juntamo-nos ao grupo de Todo, Yui e Aoyagi.
– Satshiko é verdade que o teu irmão é o novo sensei de matemática? – Yui curiosa.
– Bem como as noticias correm rápido nesta escola. – Surpreendida. – Sim é o meu irmão.
– Ele é fixe a ensinar?
– Podes crer toda a turma nunca esteve mais atenda que hoje. – Takeda ainda implulgado da aula.
De seguida um rapaz de cabelo curto de cor ruiva com olhar serio de brinco na orelha esquerda e com mochila nas costas, aproxima-se de nós com as mãos dentro dos bolsos.
– Ei Aoyagi, avisa os pais que hoje vou jogar com uns amigos da escola futebol e venho tarde. – Sem desviar o olhar dela.
– Ok, não te preocupes Misaki. – Um pouco tímida.
– E tu vê-la se não chegas atrasado ao encontro, quero dar uma abada aqueles convencidos. – Olhando para Todo.
– Não te preocupes, chefe. – Num tom brincalhão.
– Até logo. – Afastando-se de nós.
– Quem era? – Curiosa.
– É meu irmão mais velho Misaki Hiuchi. – Diz Aoyagi.
– Foi impressão minha ou ele foi um pouco agressivo contigo.
– Ele é mesmo assim, mas quando éramos mais novos ele costumava ser mais manso que agora.
– Hum....
– Ele quer ser uma estrela do futebol, o seu sonho é entrar na selecção do Japão. – Com largo sorriso. - Ele treina muito, talvez isso tenha influenciado um pouco a personalidade dele, não sei.
– Estou haver.
– Mas olha que ele também ás vezes é um chato, quando aprende uma técnica nova, quer logo domina-la e claro o Todo tem que levantar-se ao cantar do galo para treinar com ele. – Todo lembrando-se sem grande vontade.
– Sim, mas não te esqueças que é por causa dele que tu também tens melhorado, quando o conheces-te nem uma bola sabias chutar. – Yui metendo-se com Todo.
– Ok, ok, apanhaste-me.
Ainda ficamos a conversar mais algum tempo até o toque dar. As aulas dá tarde de correram normalmente sem grande entusiasmo. Depois de acabarem foi para meu “gabinete” despedindo-me de Takeda que já tinha coisas combinadas. Sentei-me há secretária num dos papeis que tinha em cima era em relação aos clubes que haveriam na escola. Para dizer a verdade ainda não tinha nada feito apesar de ter algumas sugestões em mente como clube musica, jornalismo, culinária, costura e desportivo. Fechei os meus olhos a pensar no clube de desportivo, as minhas lembranças levaram-me ao passado.
– Satshiko!!! Satshiko!!! – Chamou-me um voz conhecida.
Abri os meus olhos estava deitada sobre os tatamis da sala de estar a tv estava ligada. A suave brisa do verão que visitava a divisão era agradável.
– O que se passa pai? – Levantando-me.
– Vá anda já esta na hora do treino. – Com sorriso para mim.
– É verdade. – Com a mão na cabeça.
– Vá anda. – Estendo a mão a mim.
– Sim. – Dando a mão.
No caminho do dojo havia um pergunta a ronda a minha mente.
– Hum...pai?
– Sim? – Parando a olhar para mim.
– Achas que um dia posso vir ser tão boa como tu em karate? – Seria.
– Claro que sim. – Rindo-se e esfregando a minha cabeça ao mesmo tempo.
– De verdade? – Ainda seria.
– Satshiko. – Pondo a mão no meu ombro. – Claro que vais. Está-te no sangue.
– Pai... – Com sorriso.
Acordo da minha lembrança com nostalgia, pego na moldura dos meus pais e irmãos.
– Pai...mãe..... – Tenho tantas saudades vossas. – Semicerrando os meus olhos. Aquela foto tiramos quando fizemos um piquenique em família.
De repente alguém bate á porta.
– Entra.
Era Kanji o que surpreendeu-me e vinha sozinho.
– O que se passa Kanji?
Ele caminhou até há janela em silencio com as mãos dentro dos bolsos com os olhos semicerrados. O silencio tomou o gabinete.
– Aconteceu alguma coisa? – Quebrando o silencio.
– Achas que poderíamos começar de novo?
– De novo?! – Não percebendo.
– Sim. – Continuando imóvel. – Como começamos com pé mal....
– Estou a compreender.
– Acho que ainda não é tarde para recomeçar de novo. – Olhando para mim.
– Eu sei que fiz mal em não ver o vosso lado. – Com a cabeça um pouco baixa. – Eu por natureza não gosto de estar chateada com as pessoas.
Kanji pela primeira vez amostrou-me um pouco de seu sorriso.
– Eu sou Kanji Narumi. – Estendendo uma das mãos.
– E eu sou Satshiko Nowaga. – Apertando a mão dele.
Este momento foi algo que nunca tinha imaginado que fosse acontecer, mas de facto aconteceu. O momento foi interrompido pelo toque do meu telemóvel.
– Desculpa-me. – Soltando a mão dele. Era a Mio. – Sim Mi--
– Irmã.... – Com uma voz estranha.
– O que se passa? – Preocupada.
– Irmã.... – Choramingando. – Yoru está em sarilhos.
– O quê? – Não percebendo o que se estava a passar-se. – Conta-me com mais calma o que aconteceu.
– Uns rapazes da secundaria apareceram e começaram a bater no Yoru ao pé do lago do rio--
– Mio?! MIO!!!! – Chamando-a.
– Já chega. – Diz uma voz masculina. – Se quiseres ver os teus irmãos intactos vem ter connosco há margem do rio ao pé da tu escola. – Desligando.
– Maldição. – Irritada.
– O que se passa? – Kanji preocupado.
– Os meus irmãos mais novos estão em perigo. Eu tenho que ir ter com eles.
– Deixa-me ir contigo.
– Kanji... – Surpreendida. – Eu sei que queres ajudar mas eu--
– Tarde de mais, eu sou de ideias fixas, o que me disseres não terá efeito em mim. – Determinado.
– Sendo assim.
Saímos os dois a correr até ao recreio aonde Kei e os outros estavam juntos.
– Kanji?! – Desencostando da parede rapidamente. – A onde está a pressa?
– Venham connosco. – Kanji olhando serio para grupo. – Os irmãos de dela estão em perigo.
– Fixe hoje vai haver festa. – Kei implugado.
Todos nós corremos o mais rápido possível, ao chegarmos há margem do rio vimos cinco pessoas ao longe, três delas estavam em pé junto ás duas que estavam no chão sentadas. Á medida que aproximava-me reconheci logo os meus irmãos que estavam no chão sentados.
– Mio!!! Yoru!!! – Chamando-os.
– Irmã!!!! – Mio levanta-se para vir ter comigo, mas um dos três rapazes agarra-a impedido-a de avançar. Yoru estava todo marcado tinha algum sangue na roupa.
– Tem lá calminha, miúda.
Os três rapazes comecei a reconhece-los, eles foram antigos alunos do meu pai, mas por causa do mau comportamento foram expulsos do dojo. Eles sempre foram um pouco delinquentes e muitas pessoas evitam-nos para não arranjar problemas.
– Vocês!!!
– Vejo que não esqueces-te de nós Satshiko.
– Kaname, solta a minha irmã e o meu irmão. – Exigindo.
– Satshiko, acho que não estás em posição de exigir nada, não achas? – Com um pouco de frieza no olhar com uma mão nos bolsos enquanto a outra agarrava Mio.
– Tu sabes que os meus irmãos não tem nada haver com isto.
– Nisso tens razão, eles apenas serviram como isco. – Olhando para Yoru. – O teu pai nunca gostou de nós.
– Isso é mentira ele gostava de todos os alunos, apenas não gostava do vosso comportamento, porque trazia destabelizamento ao dojo. – Frontal com Kaname.
– Mesmo assim não tinha esse direito.
Nada disse.
– Aliás – Com largo sorriso. – o nosso plano de vingança que estávamos a preparar foi por agua a baixo quando o teu pai morreu naquele acidente. Alguém adiantou-se antes de nós tirando a nossa diversão.
Eu sabia que Kanji e os rapazes tinham ficado surpreendidos com que Kaname disse.
– E agora o que faço? – Pensativo. – O teu irmão mais novo herdou a coragem do teu pai, sem duvida, mas não o suficiente e por isso levou uma surra. A tua irmã é fragil que nem uma flor e herdou a beleza da tua mãe. – Passando o indicador no rosto assustado dela.
Nesse momento Yoru levanta-se com alguma dificuldade e empurra Kaname que solta Mio que consegue fugir das mãos dele, ficando apenas Yoru como refém de Kaname.
– Acabou os teus joguinhos. – Apontando uma navalha ao pescoço dele.
– Yoru!!!
– Quieta, Satshiko nem penses. – Determinado. – Não queres ver o cara do teu irmão todo desfigurado, pois não?
– Afinal o que queres?
– Vingança.
Olhei para chão pensativa e depois volto olho para Kaname.
– Se eu ficar há vossa mercês deixam ir a meu irmão embora?
– Claro que sim, mas só no final do tratamento. – Kaname satisfeito com tudo.
– Satshiko!!! – Kanji aproximando de mim preocupado.
– Não venhas por favor. – Olhando-o pelo ombro.
Ele deteve-se no momento.
– Moto fica com o miúdo.
– Ok. – Agarrando Yoru e a navalha.
– Nem penses em armar-te em espertinha, senão sabes.
Parei diante Kaname em silencio que ajustava os punhos. O primeiro golpe que investe em mim foi no rosto com força é claro que sangrei da boca vertendo pequenas gotas para chão. O segundo golpe foi no estômago gemi sem esconder as minhas dores. O terceiro foi de novo no rosto mas com mais força deixando-me estendida no chão. Vi que Kanji continha-se bem como os seus amigos quando levantava-me do chão ficando de joelhos.
– Sabes eu nunca gostei do teu pai desde o primeiro dia. – Olhando para mim. – Faltava-lhe ser um pouco rebelde.
– Foi por isso que expulsou-te a ti aos teus amigos. – Pondo-me de pé limpando a boca. – Tu nunca iras perceber o significado harmonia ou disciplina.
– O quê?!
– Alias como é que vocês alguma vez vão perceber isso se não passam de uns egoístas. – Rindo-me. – E ao que parece continuam a ser uns falhados de sempre.
Nesse momento Kaname dá-me um joelhada no estômago e um soco de tal violência que eu em segundo cai no chão estendida cuspindo sangue da boca.
– Irmã!!!!! – Mio com as lágrimas a caírem-lhe dos olhos.
– Tu não sabes nada, ouvis-te!!!! – Pegando-me pelo colarinho irritado.- Não tens esse direito de julgar-me. Passa-me a navalha. – Olhando para Moto. – Vamos haver se agora tens assim tanta coragem para dizer alguma coisa. – Apontando-a ao meu pescoço.
– Já chega não aguento mais. – Yoru em voz alta.
Ele soltou-se dos braços de Moto e deu uma forte cabeça a Kaname que deixou cair a navalha no chão e solta-me. Isto foi o sinal para Kei e os outros rapazes entrarem em acção.
– Vê se gostas disto. – Kei dando um soco a Kaname.
– Maldito.
– Satshiko? – Kanji ao meu lado. – Ei!!! – Dando uma palmadinhas no rosto para ter reacção.
– Aonde está Yoru? – Ainda meio zonza com tom baixo.
– Não te preocupes ele está com Akito. – Ajudando-me a levantar com o braço há volta do ombro dele.
Vi que Kei, Inui e Koji estavam a dar conta do recado, quase nada podia fazer o grupo de Kaname.
– Por favor parem. – Disse a Kei e aos outros.
– Mas porquê? Eles merecem. – Kei um pouco desapontado.
– Nós não somos os maus da fita desta situação, eles é que são.
– Como querias.
Os amigos de Kanji afastaram-se deles os meus irmão vieram abraçar-me felizes por estar bem.
– Por quê?! – Kaname levantando irritado. – Por quê não deixas-te eles acabarem connosco?
– Porque não foi isso que o meu pai ensinou-me.
– O quê?!
– O meu pai ensinou-me tendo o controlos sobre mim, poderei controlar qualquer situação há minha volta.
– Que ensinamento mais estúpido que já ouvi. – Rindo-se na minha cara.
– Podes rir-te há vontade, mas não fui eu que agiu mal. – Seria.
Kaname começa a bufar de tal maneira que começou a correr até mim a grande velocidade com a navalha na mão.
– VACA!!!!! – Gritando.
Empurro Kanji ligeiramente para lado tirando da trajectória de Kaname. No momento da investida prendo a mão dele e pelo braço projecto-o contra o chão.
– Já chega Kaname. – Detendo o meu punho contra o rosto dele.
Kaname franze o sobrolho e levanta-se bufando.
– Hoje ganhas-te está partida Satshiko. Mas quando chegar o momento da verdade haver se ficas tão calma como hoje. – Afastando-se de nós com o grupo dele.
– O que queres dizer com isso Kaname? – Chamando-o. – Kaname!!!! – Atrás dele.
De repente uma terrível dor de cabeça abate sobre mim.
– Ah!!! A minha cabeça. – Com as minhas mãos na nuca.
– Irmã. – Mio e Yoru preocupados.
– Deve ter sido quando ele deu-te ultimo soco. – Kanji um pouco preocupado.
– Talvez, mas eu--
– Satshiko!!!! – Kanji amparando-me de cair no chão.
– Eu estou bem apenas um pouco tonta. – Agarrando o braço dele.
– É melhor levar-te ao hospital. – Insistindo Kanji.
– Não é preciso Kanji, isto passa com um comprimido.
– Irmã talvez ele tenha razão. – Mio olhando para mim preocupada.
– Não te esqueças que levas-te uma boa surra daqueles tipos. – Relembra-me Yoru.
– Ok, se vos deixa mais descansados.
Kanji levou-me ás cavalitas dele com tudo o gosto, aliás ele tinha medo de que desfalecer-se no meio da caminhada.
– Obrigada. – Ao ouvido dele.
Mais uma vez ele amostrou-me de novo o sorriso dele. No hospital para nossa sorte fomos atendidos por uma enfermeira muito simpática. Ela deu-me algumas indicações por precaução e alguns comprimidos para as dores de cabeça, também tratou das feridas de Yoru. No espelho vi todo o meu rosto marcado o que roubou-me um suspiro.
Sonjo aparece poucos minutos depois no hospital super preocupado no quarto onde estávamos a ser tratados.
– Como estão vocês? – Abraçando nos todos.
– Eles estão bem não te preocupes.
– E tu? – Observando o meu rosto.
– Um pouco dorida, mas nada de mais.
– De certeza?
– Sim.
– Podemos ir para casa, Sonjo? – Diz Mio.
– Sim claro, e tu vens?
– Ainda vou ficar um bocadinho.
– Ok, vamos pequenos. – Indo-se embora do hospital.
Entretanto Kanji entra no quarto.
– Agora estás melhor? – Sentado numa das cadeira que lá havia.
– Sim, apenas de ter a cara toda marcada. – Sorrindo-me.
– Isso ainda é ao menos. Como conseguiste manter a calma? – Curioso.
– Tinha de manter os meus irmãos estavam em perigo, não podia arriscar as vidas deles, por nada. – Olhando para as minhas mãos.
– Quando vi-os a dar-te uma surra e a não fazeres nada, isso revoltou-me muito. Nunca pensei que eles fossem capazes de serem assim tão agressivos com uma rapariga.
– Isso é algo que não lhes importa, Kanji.
– E por isso ganhas-te um tratamento facial para uns dias. – Brincando comigo.
– É verdade. Obrigada por teres estado ao lado.
– Não tens de quê.
– É um pouco estanho isto tudo, porque o meu único amigo rapaz até agora era Takeda e agora tenho mais cinco.
– Assim parece.
Ainda ficamos a conversar um pouco mais, contei-lhe um pouco de como era o meu pai quando era vivo. Lá fora Akito observava-nos com as mãos dentro dos bolsos, minutos depois o resto grupo de Kanji também aparece e viu-nos com sorrisos no rosto.
– Se calhar é melhor pararmos por aqui, Kanji. A plateia de lá fora não para de observar-nos.
– Parece que tens razão. – Olhando para eles.
– Bem, também está na hora de ir-me embora. – Levantando-me devagar.
– Ficas bem por conta própria?
– Sim não te preocupes, Kanji.
Despedi-me de eles todos antes de sair do hospital. Em casa os meus irmãos mais novos já estavam a dormir, Sonjo abraçou-me de novo ainda preocupado comigo, contou-me que Mio foi quem ligou-lhe a contar tudo, eu também acrescentei que Kaname, Kusamo e Moto foram os que provocaram a situação.
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Kanji (Pov)
Kei os outros já estavam a caminho de casa, bem como eu e Akito.
– Ela parece gostar de falar contigo. – Akito em voz baixa.
– Assim parece. – Com as mãos nos bolsos.
– Mas também é a primeira rapariga que consegue pôr-te a sorrir mais do que uma vez.
– Hum...parecendo que não, eu até gosto da companhia dela. Ela não como as outras raparigas da escola é diferente.
– Isso é porque ela é mais madura, em relação ás outras raparigas.
– È bem provável que tinha sido isso que nós fez estabelecer uma ligação.
Akito nada disse apenas deu um pequeno sorriso. Despedimo-nos um do outro passado alguns minutos.
Em casa o meu pai via tv no meu quarto estendi-me na cama com preguiça.
– Que dia, mais agitado. – Olhando para tecto.
Aquela técnica que Satshiko utilizou já há muito tempo não a via e já lá vão uns bons oitos anos sem praticar karate. Mas por causa dela aquele bichinho de praticar a arte marcial voltou outra vez. Há muito tempo que não sentia-me assim.

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